segunda-feira, 22 de março de 2010

CARTA DA MADRE TEREZINHA PETRY

Por que vocês procuram entre os mortos Aquele que está vivo?
(Lc 24, 5)


Caríssimos,
Cristo Jesus ressuscitou! Eis o grito da nossa fé, da nossa alegria. Palavra que a Igreja repete durante todo o Tempo Pascal, sabendo que o Senhor está vivo e caminha ao nosso lado.

Com verdadeiro sentido eclesial, jun-tos, na unidade “familiar”, queremos tam-bém nós expressar uns aos outros o augúrio pleno do ALELUIA!

O Aleluia pascal nos convida à festa, à alegria, a ser criaturas novas. Somos parti-cipantes da Sua vida. Por isso, proclamemos exultantes a expressão triunfal da vitória do Senhor sobre o pecado e sobre a morte. Em Jesus ressuscitado explode a vida, nada é mais como antes, tudo adquire um sentido novo, positivo, definitivo.

O anúncio da ressurreição torna-se evangelho, boa notícia, antes, a mais “bela notícia” a levar a todos. Então, a missão é um acontecimento pascal, portador da mensagem de vi-da que é o próprio Cristo. Portanto, nós somos chamados a viver com alegria a vocação, tornando-nos espaço da presença de Cristo, para continuar a sua vida na história e dar aos outros a possibilidade de encontrá-lo” (cfr. Documento 18° CG, pág. 12). De fato, “nós somos testemunhas disso”, como pessoas que querem ser transformadas por Jesus ressuscitado, pessoas que desejam tornar-se capazes, na força do Espírito Santo, de contagiar outros e a-traí-los aos valores evangélicos: a oração como súplica/abandono nas mãos do Pai, a espe-rança e a serenidade também no sofrimento, a alegria no serviço ao próximo, a gratuidade nas relações, a honestidade conosco mesmos e com os outros, a humildade e o auto-controle, a promoção do bem que está em cada um, a atenção às necessidades dos últimos.
E nós, certamente, temos esta alegre paixão para contagiar, para transmitir os valores de Jesus. Quantos fatos comprovam isso!

Por outro lado, somos chamados a “reconhecer” o Ressuscitado presente na vida das pessoas que: nos ajudam a escutar e viver a Palavra, partilham os nossos ideais, fazem ges-tos de serviço, escutam as dificuldades que temos, nos sacodem das nossas “paralisias”, nos tratam com bondade e compaixão, estabelecem conosco uma relação verdadeira, nos brin-dam amizade, são solidárias com quem está em necessidade!

Caríssimos, somos convidados, mais uma vez, a tornar presente Jesus Ressuscitado, a fazer nosso o olhar de Deus que lê a história humana de dentro, partindo da vivência de cada um, com os seus dramas e a sua necessidade de salvação. Um olhar que é também es-cuta, início de todo diálogo em função da vida nova que nos toca por inteiro, na nossa di-mensão pessoal, familiar, social ... (cfr. Documento de Aparecida 356).

Ao Aleluia Pascal acrescentemos também a invocação: “Fica conosco, Senhor!”.
O mundo precisa de Jesus, Ele que é Caminho, Verdade, Vida, Luz! Ele, o Vivente, o Peregrino que caminha conosco e nos revela o sentido da Palavra, o dinamismo da li-bertação.

E nós, discípulos missionários, corramos, com paixão nova, a anunciar aos outros, a li-bertá-los da ausência do Senhor, a transmitir força, esperança, fé!
Eis, portanto, um outro compromisso que Páscoa suscita: fazer todos participantes da sua celebração, acolher e oferecer a mensagem de liberdade que dela brota.

“A caridade na verdade, da qual Jesus Cristo se fez testemunha com a sua vida terre-na e, sobretudo, com a sua morte e ressurreição, é a principal força propulsiva para o ver-da-deiro desenvolvimento de cada pessoa e da humanidade inteira”, nos diz o Papa (CV 1). Movidos por essa força, os discípulos missionários de Cristo promovem a cultura da partilha em todos os níveis, em contraposição à cultura egoística que caracteriza o nosso tempo, as-sumindo um estilo de vida sóbrio. Diz o Documento do 18° CG: “O amor se expressa tam-bém na comunhão dos bens. Na base está a fé no Ressuscitado que nos torna comunidade, na qual a pobreza, a essencialidade e a sobriedade se tornam opção de vida” (cfr. pág. 17).

Como lembram, fixamos a sexta-feira que precede o 12 de abril – dia do nascimento de Gianelli – como Dia da Solidariedade. Uma ocasião para pensar mais naqueles que estão em necessidade e para ajudar com as nossas pequenas privações aqueles que padecem pri-vações maiores, colaborando com o “Fundo de Solidariedade” do Instituto. Neste ano, a data coincide com a sexta-feira de Páscoa. Cada Comunidade, cada membro da Família Gi-anellina escolha essa data ou o dia mais apropriado para tal prática de solidariedade.

Estamos criando, aos poucos, na Casa Geral, um Centro de Animação Missionária e Desenvolvimento, cuja equipe é constituída por religiosas e leigos, conforme as determi-nações do 18° Capítulo Geral (CeGiAMiS).

Empenhemo-nos em rezar mais intensamente por todos os membros da nossa Família Gianellina, privilegiando o dia 21 de cada mês.

Pensando na ressurreição queremos recordar também Maria. E o fazemos com as pa-lavras de João Paulo II, na Carta Apostólica ROSARIUM VIRGINIS MARIAE: “Contem-plando o Ressuscitado, o cristão redescobre as razões da própria fé (cfr 1 Cor 15, 14) e revi-ve a alegria de Maria, que deve ter feito uma experiência não menos intensa da nova exis-tência do Filho glorificado” (cfr RVM, 23).

Que ela, Maria, “mulher do terceiro dia”, discípula missionária, continuadora da mis-são do seu Filho e formadora de missionários, nos oriente com sua ajuda materna, feita de sabedoria e doçura.

Com Gianelli repitamos: “O tempo da Paixão depois de amanhã termina. Respi-rem vocês também o Aleluia! E na vivíssima esperança de ter parte na ressurreição do Senhor, expulsem toda a melancolia”.

Uma saudação cordial e Boa Páscoa a todos, também da parte das Conselheiras e das Irmãs da Casa Geral!

Ir. Terezinha Maria Petry
Superiora Geral

Roma, 4 de abril de 2010
Páscoa da Ressurreição